terça-feira, 19 de abril de 2011

As experiências com contraplacado de Ray e Charles Eames

Entre 1940 e 1947 Ray e Charles Eames concentraram-se intensivamente em experiências com o contraplacado moldado. Já na década de 30, este tipo de madeira tinha comprovado a sua qualidade como material verdadeiramente moderno, adequado para o processamento industrial e a linguagem formal da era moderna.

Depois de designers como Marcel Breuer e Alvar Aalto terem conseguido construir móveis de contraplacado moldado bidimensional, este casal de criativos americanos passou a ambicionar a concretização da moldagem tridimensional, tendo por base o sonho de criar uma forma a partir de um determinado material, e num só processo, como se fosse uma matéria fundida. Estava em causa a concretização de nada mais, nada menos do que a unidade da forma, do material e do processo - uma unidade almejada por todos os criadores que se tinham dedicado aos ideias modernistas.

O interesse dos Eames pelo contraplacado teve inicio em 1940 por ocasião do concurso "Organic Design in Home Furnishings" organizado pelo Museum of Modern Art, em que foram premiados projectos de cadeiras de Eero Saarinen e Charles Eames com assentos em contraplacado moldado e adaptado ao corpo que neles se sentava. Para criar os modelos distinguidos, os Eames desenvolveram a partir de Julho de 1941 um processo de moldagem tridimensional de contraplacado na sua casa em Los Angeles.

Numa máquina de fabrico próprio à qual foi dado o nome de "Kazam!", comprimiam as camadas de folhas de contraplacado e cola sob acção de pressão e do calor até obterem assentos tridimensionais. Porém, a forte deformação que o projecto previa, em particular nas áreas de ligação do assento ao encosto, provocou a ruptura dos primeiros protótipos. Por conseguinte, os Eames optaram por abrir entalhes nos assentos, que mais tarde se tornaram um elemento característico das suas cadeiras de contraplacado e também das cadeiras de poliéster com reforço de fibra de vidro. As suas experiências começaram por beneficiar a marinha norte-americana. Em 1942 receberam a encomenda de 5 mil talas de contraplacado moldado. Ainda hoje, as talas criadas pelos Eames são consideradas como exemplo de uma forma funcional e, ainda assim, elegante, produzida com base num material vulgar. O se primeiro projecto civil em série após o final da guerra foi a Children's Chair (1945). Ao contrário do que sucedeu com os protótipos do concurso de 1940 ou das talas para a marinha, os Eames abdicaram aqui de uma moldagem tridimensional complexa. Em vez de uma concha de assento completa com a respectiva moldagem plástica resistente, optaram por algo tecnicamente viável: dois módulos de contraplacado separados para o encosto e para o assento. Seguindo este principio modular, desenvolveram ainda outras cadeiras, que começaram por ser produzidas em série pela Molded Plywood Division da Evans Product Company e, a partir de 1949, pela Herman Miller: a Dining Chair Wood (DCW), Lounge Chair Wood (LCW), Dining Chair Metal (DCM) e a Lounge Chair Metal (LCM).


Os Eames libertaram o contraplacado do estigma de ser apenas um sucedâneo da madeira sólida, utilizado, na melhor das hipóteses, na face posterior das gavetas. Os seus projectos deste curto período serviram de estímulo a todas as gerações subsequentes, entre as quais se contavam ilustres designers como Arne Jacobsen, Hans Wegner, Sori Yanagi e Verner Panton.


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domingo, 17 de abril de 2011

1952. Diamond Wire Asymmetric. Harry Bertoia



No início da sua colaboração, em 1950, Hans e Florence Knoll deram ao escultor Harry Bertoia a possibilidade de desenvolver livremente as suas próprias ideias.

Mesmo que nos móveis para sentar a funcionalidade assuma sempre preponderância, o artista comparou a sua missão à criação de uma escultura, na qual lhe interessava sobretudo a relação entre a forma e o espaço. Este processo de trabalho deu origem a cadeiras e poltronas feitas à mão, projectadas numa estrutura de aço curvado e soldado, e que atingiram um sucesso considerável, tendo sido classificadas por Bertoia como "feitas sobretudo de ar... e atravessadas pelo espaço".

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domingo, 10 de abril de 2011

1934. Standard Chair. Jean Prouvé




Numa cadeira, a pressão incide sobretudo sobre as pernas traseiras, pois é ali que deve suportar o peso do tronco. Esta simples constatação foi transposta por Jean Prouvé para a Standard Chair de uma forma muito expressiva.


Foi em 1934 que Jean Prouvé desenhou a Standard Chair para a cidade universitária de Nancy, França.


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